segunda-feira, 4 de maio de 2009

Dias plásticos de artes visuais

Começa hoje as comemorações do Dia do Artista Plástico (que é 8 de maio, sexta), dentro da nova filosofia da Funcarte de estender ao máximo as programações festivas e culturais – ou seria o contrário?
Dentre as muitas atividades, festividades, celebrações e exposições, três me chamaram a atenção: a conversa pública entre Pedro Pereira e Jota Medeiros, hoje, 19h, no auditório da Capitania; a releitura de obras de Moura Rabello (1895-1979) por artistas contemporâneos; e a Feira de Artes Visuais, sábado, na Ribeyra, com obras de vários artistas vendidas a, no máximo, R$ 50.
Pedro Pereira e Jota Medeiros dispensariam apresentações se esse Arraial não tivesse crescido mais da conta nos últimos dez anos. Pereira andou sumido nos últimos anos, por questões de um AVC que tentou tirá-lo de circulação, coisa de sete anos atrás. Mas continua pintando e expondo e acreditando na vida e na alegria de viver. Se não me engano, há coisa de vinte anos já tirava onda chamando os artistas plásticos, inclusive ele, de plastificados – ou isso era invenção de Vlamir Cruz, seu parceiro em perfomances viscerais no grupo Cabeças Errantes. Jota Medeiros, paraibano de nascimento como Zila Mamede, está mais umbilicado na City do que qualquer papa-jerimum de quatro costados. Isso, derna que Jomard Muniz de Brito inventou de alcunhar a província dos reis de “Londres Nordestina” e muita gente acreditou mas não entendeu, na vera, o apelido.
Então, o encontro dos dois só pode de ser bom – mesmo que permaneçam calados a espiar a platéia.
A releitura (ou repintura) de Manoel de Moura Rabello, claro, é a conferir – desde que se consiga enxergar as obras nas traseiras de quatro ônibus que circularão pela cidade. Mas vale como lembrança de um dos primeiros pintores da cidade.
Já a tal feirinha (o diminutivo é da responsabilidade do sobrescrito), desconfio da estratégia do preço baixo para, suponho eu, conquistar novos clientes para o tão pouco difundido mercado de artes da capital. Se no dia-a-dia já se vê normalmente alguns nomes mais ou menos consagrados trocando quadros por quaisquer dois tões – ou um copo de cachaça, ou qualquer metáfora ou realidade pior –, que glória haverá, justo no seu dia, vender arte por míseros cinqüenta contos?
É uma dúvida.
Melhor seria, em se encontrando entre os leitores da coluna de hoje, alguma alma abonada e com o espírito do mecenato, sacar do talão de cheques e adquirir uma obra de – me arrisco a deixar muitas ausências, mas entendam apenas como exemplos – Aécio Emerenciano, Afonso Martins, Alexandre Gurgel, Assis Marinho, Dorian Gray, Falves Silva, Fernando Gurgel, Flávio Freitas, Ilkes, Isaías Ribeiro, Ítalo Trindade, Jean Sartief, José Frota, Marcelo Gandhi, Marcellus Bob, Max Pereira, e outros, muitos outros. Pelo preço que valem.
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FARIAS
Robinson Farias (não confundir com o deputado, presidente e pai de Fábio) se apresenta hoje, 20h, no Praia Shopping, com o show “Clássicos do Forró”.
Amanhã, mesma hora e local, os “Clássicos” continuam, mas o forró abre alas para o samba com o grupo Prá Sambar.
ART&TEC
A Fapern avisa a abertura do edital “Arte tecnológica – apoio à produção e divulgação das Artes Visuais em novos suportes tecnológicos”. As inscrições terminam dia 20 deste mês. São cem mil pratas oferecidas pelo Governo do Estado.
HQ/MC
Bela a homenagem a Moacy Cirne, emprestando seu nome e sobrenome ao prêmio de Quadrinhos, uma das boas (até que enfim o sobrescrito solta um elogio) iniciativas da Fundação Zé Augusto, dentro da parceria PSB-PT.
São R$ 40 mil para os dez contemplados em diversas categorias e as inscrições já começaram e vão até 12 de junho.
CURTAS
Mas que injustiça com a FZA, meninos! Tem tanto edital que eu perco até as contas – o Prêmio William Cobbet, por exemplo, vai destinar R$ 20 mil para cada um dos curtas selecionados. Enquanto o Prêmio Cornélio Campina de Cultura Popular seleciona 25 projetos e cada um recebe R$ 6 mil.
Não é bom? É ótimo! Vão lá na Rua Jundiaí, 641, se informem.
CULT
Ministro da Cultura, Juca Ferreira lembrou recentemente que apenas 13% dos brasileiros freqüentam cinema e somente 5% deles (de nós, sorry) visitaram um museu alguma vez na vida.
Não seria bom saber quais os índices locais?



PROSA
“Tritura um imbecil numa argamassa com trigo, e mesmo assim a sua imbecilidade não será expelida.”
William Blake
Poesia e prosa...
VERSO
“Voltei-me então para um chiqueiro,
E me deitei entre os suínos.”
William Blake
“Vi uma capela...”

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