sexta-feira, 31 de julho de 2009

Fofocas


A fonte é fiel, diga-se de passagem: o próximo “High school music” não vai contar nem com Gabriela nem com Zac Efron.

A fonte é fiel, mas se confunde: me diz que a Gabriela personagem tem o mesmo nome da atriz que a interpreta. (Não, não tem: o nome da menina é Vanessa Hudgens.) Já quanto a Zac Efron não há engano: a fonte sabe que é o nome do ator e não do personagem (que se chama Troy nos três números do musical).

– E por que não vão participar, se são os protagonistas e fazem sucesso? – pergunto à minha fonte, com todo cuidado para que não se assuste e desista de revelar o tão terrível segredo.

– Porque Zac Efron é um drogado – me diz, séria. E porque botaram umas fotos de Gabriela, nua, na internet.

Está indignada, a minha fonte. Tão indignada, que já desistiu de assistir a seqüência do filme, a quarta. Sua atenção agora volta-se para o horário das sete da noite, de segunda a sexta: é quando passa a série “Isa TKM”, num desses canais a pagamento.

– Quem é mesmo Isa TKM?

– Na vida real é Maria Gabriela. Tem 15 anos, e a personagem também – me explica minha fonte, enquanto não desgruda os olhos da TV. E continua:

– Quando ela nasceu a mãe entregou para adoção. Tem também o Alex... o nome dele é Reinaldo Peche. (Não, não é, devo corrigir a minha fonte: o nome do ator é Reinaldo Zavarce.)

– Eles são apaixonados? – pergunto, já prevendo a resposta.

– Sim – diz, e acrescenta:

– Na vida real também. Terminaram, porque o Alex mentiu porque quis ficar com Cristina.

– Mas só no filme – se apressa em esclarecer.

É claro que torce pelo romance dos dois, seja na vida real seja na tela de TV, mas já se dá por satisfeita se rolar romance ao menos em um dos lados da realidade. Minha fonte não é assim tão ingênua: parece conhecer bem a fronteira entre o mundo real e o virtual, e passa de um para o outro e vice-versa com uma agilidade bem mais madura do que seus oito anos incompletos.

Sim, minha fonte tem sete anos, mas já sabe que seus ídolos podem mudar a cada estação e que alguns deles se drogam e abusam da internet e por isso são castigados.

Obviamente que, aos oito anos, não lê jornais nem freqüenta blogs, a não ser aquelas páginas oficiais dos canais infantojuvenis a pagamento – onde, com certeza, ninguém fala em drogas nem em nudez. De onde tirou então essas informações sobre a vida pessoal das jovens celebridades? De conversas com as amigas e colegas de escola, claro. E como elas chegaram a essas conclusões? De uma rede muito mais antiga do que sítios internáuticos, blogs e twitters (e que estes só fazem amplificar e agilizar a velocidade de divulgação): o velho boca-a-boca, a velha e consagrada fofoca, esporte mundial preferido de dez entre dez habitantes do planeta.

*

quitanda

Embora confie na fonte acima (é minha filha, claro), não poderia afirmar, aqui, que Troy-Zac seja realmente um drogado, nem que Gabriela-Vanessa andou se exibindo em fotos nada pudicas na net: eu deveria checar, pesquisar, mínimo dar umas googleadas etc. e tal.

Ou então aderir ao Twitter. Ou criar um blog. Ou abrir uma quitanda de secos & molhados.

LOBOS

Boa pedida para a noite de domingo, o coral Harmus homenageia Villa-Lobos, acompanhado da Brazuka Jazz from Mossoró City. Ingresso baratinho: R$ 5.

No TCP, Fundação Zé Augusto, 19h.

jardins

E no sábado, mañana, dê um pulo nos jardins do Palácio da Cultura, ex-do Governo, e se esbalde ao som do maestro Franklin Novais, mais uma penca de artistas, entre eles as lendas quase vivas Cabrito, Marcelus Bob e Raul (Alcatéia Maldita). Que comemoram os 15 aninhos da Samba (do Beco da Lama). A partir da hora do ângelus.

palhaça

Adelvane Néia é palhaça – mas ao contrário de outras é palhaça por profissão e está comemorando 20 anos de carreira. Nada a ver com Tiririca, claro. Confira no espetáculo “A-MA-LA”, sábado e domingo, na Casa da Ribeira, sempre às 20h.

COBRA

Enquanto hoje, a partir das 20h, tem mais um Café com Letras no Vale do Pium.

O destaque é a peça “Chico Cobra e Lazarino”, de Racine Santos, com direção de Beto Freitas.

PROSA

“Não ter raízes era não ter nada.”

Ian McEwan

Reparação

VERSO

“Se cresces em desejos, / eu em anseios cresço.”

Gilberto Avelino

“Noturno XVI”

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Bandidos e mocinhos


Eu gostaria de passar todo o tempo aqui reafirmando o quanto é bom o último filme de Johnny Depp. De como Marion Cotillard está bonita e encantadora com aqueles olhos de ressaca como uma Capitu gringa, meio francesa, meio americana, meio índia. De como o som das rajadas de metralhadoras são um efeito à parte no último filme de Michael Mann, quase poesias, sonoras, visuais, secas, contidas em sua multiplicação infinita muito além do mero ra-tá-tá. De como não lembro o que danado o tal diretor dirigiu antes. De como me fez recordar, de longe, muito longe, o casal Bonnie & Clyde, Warren Beatty & Faye Dunaway, e “Raindrops keep fallin’ on my head” – que na verdade é de “Butch Cassidy & Sundance Kid”. De como lembrei – com nostalgia mas sem saudade – de alguns filmes de Scorsese, e de “Era uma vez na América” (e de alguma cena ou clima de “Estrada da perdição”). De como o filme deve evocar inconscientemente o pequeno projeto de macho que fomos alguma dia brincando de polícia e ladrão. De como tem uma adrenalina, às vezes besta, às vezes fácil, às vezes sim, às vezes não, mas, realmente, eficaz. De como nos faz encostar no fundo da poltrona e descruzar as pernas só quando elas começam a ficar dormentes.

Mas. Nada.

Não consigo esquecer que a tal da cadeia Cinemark continua destratando seus clientes, de como os funcionários parecem e aparecem cada vez menos, de como – na exibição de terça passada, noite – isolaram metade do cinema com aquelas faixas de plástico de cena de crime americano, porque decidiram lavar metade das poltronas, ou dedetizar metade das poltronas, mas como, provavelmente, na sessão anterior romperam as fitas a gente só percebe que tem algo errado quando senta numa delas e sente aquela coisa ainda úmida e inda fica na dúvida se não é que é mesmo veneno pra rato, mas termina ficando sentado no mesmo lugar porque dá preguiça levantar e não é que sejamos ou haveremos de ser assim tão sensíveis a ponto de sair do cinema com uma gripe H1N1 por conta da umidade na bunda e nas costas – e depois, vai que seguimos o exemplo desses filmes americanos tipo “Erin Brockovich” e processamos o Cinemark e faturamos uma grana em cima deles e, acima de tudo, em cima desse modo de tratar mal o cliente pagante.

Como também não poderia esquecer do casalzinho na fileira de trás que passou o filme inteiro a conversar, tudo bem, falavam em voz baixa, mas será que essa gente não consegue fechar a boca nem em filme de ação? Pqp. E você sabem bem o que significa pqp, não carece escrever por extenso, basta repetir, uma, duas, três vezes, pqp, pqp, pqp. Eles não arrulharam nem nada, vocês sabem, só os pombos e os casais extremamente apaixonados arrulham e se confundem nesses eflúvios de amor, mas, enfim, talvez para combater a timidez do primeiro encontro, sentiram a necessidade e se sentiram no direito de conversar, pra quebrar o gelo. O que me fez pensar que o negócio todo vai de mal a pior: se as novas gerações não conseguem assistir caladas cenas de tiroteio como se faz para assistir na telona qualquer filme mais, digamos, “cabeça”?

*

EM TEMPO

Os bandidos do título acima, claro, são a rede internacional de tráfico de pipocas.

O mocinho – ah, o mocinho devia fechar o bico e beijar a mocinha, putz: afinal, não é pra isso, também, que se vai ao cinema?

BOMBRIL

Os fãs, as fãs, os adictos, os tuiteiros, enfim, enviam mensagens procurando provar por a mais b que a rede social é que nem a palha de aço.

Uma das tantas utilidades, por exemplo, é difundir ainda mais o próprio sítio – como faz o (francês) Mille-Poètes.com – me informa leitora francófona.

Não sei onde leram que o sobrescrito é contra o twitter – sou contra apenas um jornalismo feito em 140 tapinhas nas costas ou piscadas de olho.

Tiririca

Já leitor papajerimunófono acha incrível uma casa como o Teatro Alberto Maranhão acolher um espetáculo de Tiririca – que define como “nitrato de pó de merda”.

Incrível, mesmo, é, passados mais de cem anos de sua inauguração continuarmos com um único – praticamente – teatro na City, essa Londres-Miami-Dubai Nordestina.

SURSUM CORDA

Está doente do peito? Doente do coração? Se o lance for fisiológico, solução haverá: vai até sábado o 19o Congresso Norte/Nordeste de Cardiologia. No Centro de Convenções da Via Costeira.

Já se o troço bater, além de no peito, também nas idéias – como na letra de Sergio Sampaio – aí, meu bem, é rezar.

COLORS

A pizzaria Calígula, Ribeyra, recebe hoje e até o dia 14 de agosto a exposição “Cores em movimento”, da artista Evelyn Gumiel.

PROSA

“Os poetas. Mas o que os poetas sabiam a respeito da sobrevivência?”

Ian McEwan

Reparação

VERSO

“Fundo é o amor, / se o amor persiste.”

Gilberto Avelino

“Noturno X”

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sorria! Você está sendo notado


140

Dom Alex: o homem criou deus, que criou o diabo, que criou BB, que não criou nada a não ser pêlos nas mãos adolescentes anos 60 e 70.

+ 34

Já eu prefiro a Jane Birkin. Abs.

CUMé?

“Hã?!” – faço minha a interjeição do título da “stand up comedy” que um tal Diogo Portugal apresenta por estas ribeyras próximo fim de semana. Fim mesmo é o sobrescrito não conhecer Portugal (digo, o Diogo): afinal, o cara é humorista do global Zorra Total, sucesso nacional das noites de sábado. Onde interpreta – me salva o release – o seu personagem “mais famoso”, o office boy Elvisley.

O rapaz também foi finalista do concurso de humoristas do Fantástico, em 2005.

Como não venceu, talvez ainda se salve.

Quem quiser conferir, arrisque 40 paus (caso não seja estudante) e vá ao Hotel Vila do Mar, sábado (1o) e domingo (2), 20h.

Hã?!

Tem mais gente famosa na linha do rir-é-o-melhor-remédio: Tiririca faz parte do humorístico Show do Tom (Cavalcante) e se apresenta sexta (31) e sábado e domingo, sempre às 20h, no TAM.

Só pelo nome de alguns dos personagens, dá pra imaginar o que vos espera: tem a “Mulher Rapadura”, a “Mulher Pitomba” e a “Mulher Pochete”.

APERTEM OS CINTOS

Por que cargas d’água o sujeito nasce e se batiza como Jeison Wallace e acha mais engraçado usar o codinome Cinderela? Porque é a personagem principal da comédia “Vôo do riso” (hoje e amanhã, no TAM, 20h, ingressos a 30 contos e 15, inteira e meia).

Wallace interpreta outros sete personagens, acompanhado por mais dez atores.

E, olha que legal: um dos bordões criados pelo comediante, o “bate peitinho”, virou hit e mania (onde? onde?) através da turma do Pânico na TV.

CONTA OUTRA

“Nós vemos hoje que Serra de São Bento é conhecida em todo o Brasil. Por isso estamos investindo em obras, como a Praça de Eventos que vai receber o festival” – do prefeito Chico de Erasmo, provando que pode ser ainda mais engraçado que Elvisley, Tiririca e Cinderela.

O Festival de Inverno da cidade de Chico de Erasmo acontece de 7 a 9 de agosto.

OVERBOOKING

“Políticos viajam em banda de lata e não aprendem nada com isso.” – de Flávio Rezende (Casa do Bem), ele mesmo um viajador contumaz.

DISNEYWORLD

“O período de incubação do vírus é de 5 a 7 dias e os sintomas aparecem quase que imediatamente. Então, não precisamos nos alarmar com as excursões – as que chegaram da Disney, por exemplo – porque já aconteceram há mais tempo do que isso.” – de um release de uma escola particular da Capital sobre a tal gripe suína, fazendo refletir que ao menos dessa preocupação estão livres as mães e os pais dos alunos da rede pública.

SESI

Atenção trabalhadores das indústrias deste Ryo Grande: as inscrições para o Festival Sesi de Música foram prorrogadas até a próxima sexta, 31.

Os prêmios vão de R$ 1 mil a R$ 2 mil, e os três ganhadores participam da edição nacional do Festival Sesi de Música (em Brasília, novembro próximo).

Se liguem: (84) 3212.1904.

Memória de elefante

O lançamento oficial é amanhã, mas o Portal da Memória da Literatura Potiguar já pode ser acessado (www.mcc.ufrn.br/portaldamemoria/wordpress).

Os coordenadores são Humberto Hermenegildo e Tarcísio Gurgel, e as consultoras Daliana Cascudo e Diva Cunha.

VALSA

“1994, o ano do tetra campeonato de futebol obtido pelo Brasil, do renascimento do fusca – amores de Nelson Freire (o locutor) e de Aurino da saudosa Marpas, Vanessa Gurgel coroada a miss Rio Grande do Norte e uma nova moeda era criada no Brasil: o Real, que persiste até hoje. Airton Senna morreu; na Europa abriram um túnel ligando a Inglaterra à França; o massacre de Ruanda mata 800 mil pessoas; Kurt Cobain, líder da banda Nirvana, comete suicídio; o cometa Shoemaker-Levy 9 colide contra Júpiter; nasce o Mangue Beat, aqui, no Recife tão vizinho, tão perto, mas o que nos interessa, como diz o poeta, é a nossa aldeia." – abertura do release informando e convidando para a festa dos 15 aninhos da Samba, Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Arredores (ou será Adjacências?).
VALSA II

“Portanto, não tem festa de aniversário, casamento e batizado que lhe deixe fora da comemoração – se você estiver numa, saia à francesa, pegue o beco e corra, a festa estará lá, lhe esperando, imperdível e inimaginável.” – conclusão do release.

A festa vai ser sábado, primeiro de agosto, mês de – deixa pra lá.

No jardins do Palácio da Cultura.

ANIVERSário

Efeméride do dia: 55 anos da fundação de O Poty.

A cidade já teve.

PROSA

“A culpa refinava os métodos de tortura que ela se infligia, enfiando uma a uma as contas dos detalhes num fio eterno, um rosário que ela passaria o resto da vida dedilhando.”

Ian McEwan

Reparação

VERSO

“Não me transfiras, / para o novo domingo, / o teu claro amor, / os teus longos ais.”

Gilberto Avelino

“Canto em ritmo...”

terça-feira, 28 de julho de 2009

E o diabo criou o Twitter


Em 1960, Brigitte Bardot tentou o suicídio, dizem que pela segunda vez. Também já estava em seu segundo casamento e já tinha filmado “E Deus criou a mulher”, dirigida pelo primeiro marido, o cineasta Roger Vadim.

Em 1960, Pier Paolo Pasolini, poeta, escritor, crítico literário e cineasta italiano, tinha uma seção na revista Vie Nuove, onde respondia cartas dos leitores – uma delas, na edição de 15 de outubro, indagava sobre a notícia da tentativa de suicídio de BB: “É possível que uma moça assim, que tem tudo na vida, quisesse realmente morrer?”

Pasolini já começa retrucando – “O senhor acredita que Brigitte Bardot ‘tem tudo na vida’? Eu não. Não conheço, é verdade, nem a atriz, nem seu marido, nem Vadim, nem todas as pessoas de sua convivência, e não li sobre esse caso a não ser as manchetes dos jornais.”

E a seguir faz uma análise da operação jornalística tradicional, a qual considera “falsa”, enquanto interessada apenas em pedaços isolados da realidade, aqueles mais vistosos, mais aceitáveis, ou compreensíveis, ao leitor mediano.

Para Pasolini, esse tipo de jornalismo – de jornalista – procura despersonalizar, não a notícia, mas a si mesmo como autor da notícia, para dar voz a um hipotético público, “pensante, mas idiota, normal, mas desumano, ilibado, mas vil”.

(A associação e transposição para os dias de hoje, com o Homer Simpson telespectador do Jornal Nacional, é inevitável.)

E continua, dissecando a relação dos jornais com as celebridades (nada de novo sob o sol: estamos falando de quase meio século atrás): “Eis o que é o sucesso: uma vida mistificada pelos outros, que retorna mistificada, e termina realmente transformando o sujeito desse sucesso”.

“É uma espécie de jogo, cujas regras são aceitas por ambas as partes: de um lado os exploradores – produtores, editores, diretores de revistas de fofocas –, do outro, o explorado: ou seja, a pessoa que por desgraça alcançou o sucesso.”

Pasolini, que passou a vida envolvido em polêmicas, seja pela sua homossexualidade, seja por suas convicções políticas (a direita o odiava, a esquerda não o via com simpatia), acrescenta ainda, quase cúmplice de Bardot: “Sei o que significa ser olhado como um animal exótico, servir de pasto ao ódio (e mais raramente à simpatia), ser continuamente, sistematicamente deturpado, usado brutalmente para ‘fabricar notícias’”.

EU E EU MESMA

Quatro anos depois de tentar tirar a própria vida (da qual “tinha tudo”, segundo a opinião pública de antão), BB vem ao Brasil. Tem um novo namorado, o playboy Bob Zaguri. Andei pescando pelo sebo umas edições da revista Manchete da época, 1964 – em duas delas aparece a atriz. A primeira, de 25 de janeiro, expõe na capa a cabeleira loira e os lábios róseos sob a manchete “BB é nossa”. Na matéria principal a legenda da enorme foto em página dupla lembra uma Caras atual: “Ela vestia um tubinho verde-claro e tinha um cacho de cerejas na gola”. Depois do desembarque no Galeão, BB tinha passado seis dias reclusa, até aparecer na sacada do Copacabana Palace e parar literalmente o trânsito na Avenida Atlântica. O início do texto é sintomático: “E, de súbito, BB começou a aplaudir os jornalistas, como se, em vez de algozes, eles fossem seus companheiros numa enorme farsa.”

Na maior parte das declarações, a loira mostra-se insatisfeita com a própria imagem veiculada pela mídia, consumida pelo público:

“Nada é verdade. [...] É como nos contos, ou melhor, como nos pesadelos; e, às vezes, tenho a impressão de que já não sou a mesma. E, quando tenho certos impulsos, e sou eu, arranjo aborrecimentos.”

Na outra revista, 28 de março, a loira posa para fotos em Búzios, Guanabara: de biquíni ou vestidinho florido ou jeans e camiseta, toca violão, passeia de mãos dadas com o namorado, dá de comer a uma cabra , sorri – mais uma manchete emblemática: “O bem-bom de BB”.

Não sei se vocês prestaram atenção nesta segunda data, 28 de março de 1964. Dali a poucos dias iria se instalar a “ditabranda” (copyright Folha de Sampa). O comício da Central do Brasil já tinha acontecido (e numa sexta-feira, 13). A marcha da família com Deus pela liberdade, também. A Manchete insistia em dizer que a tempestade tinha passado e que o “pânico” causado pela anúncio das reformas de base não tinha fundamento. O “nosso” Murilo Melo Filho chega a profetizar: “Jango vai tomar por decreto uma série de outras medidas que desnortearão seus adversários”.

Sabe-se o quanto, realmente, ficaram desnorteados.

Ainda nesse número, a “conversa com o leitor”, espécie de editorial da Manchete, dividia-se entre as implicações políticas das reformas de base, “que poderão transformar sensivelmente as características conservadoras tradicionais da sociedade brasileira”, e o idílio de BB em Búzios, que parecia “estar encantada pelo nosso país”. E concluía perguntando: “Et pourquoi pas?”

Pois é. Por que não? Um país verdadeiramente encantador.

FARSA

Ah. E, depois desse samba do cronista doido misturando Bardot, Pasolini e João Goulart, onde entra o tal twitter do título?

Aqui mesmo, claro – pra concluir e tirar onda com os tuiteiros de plantão, que acham que reproduzir o que os políticos divulgam em até 140 palavras tem realmente interesse para o leitor. Pode até, também ter. Mas o buraco é mais embaixo e a lógica, mais clara: aos jornalistas devia caber o papel de saber o que, justamente, os políticos não querem revelar – e não aquilo que declaram espontaneamente. Afinal, vez em quando, ou quase sempre, não deveriam os jornalistas ser os algozes das celebridades políticas, em vez de, vergonhosamente, atuar como se fossem seus companheiros numa enorme farsa?

*

PROSA

“Não há reparação possível para Deus nem para os romancistas, nem mesmo para os romancistas ateus.”

Ian McEwan

Reparação

VERSO

“Embora que olhos descrentes não vejam, / da presença de Deus és nossa prova.”

Gilberto Avelino

“Ode ao orvalho”

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Casinha pequenina


Olha que coisa interessante: na Casa dos Governadores (Avenida Hermes da Fonseca, 1009, Tirol, nesta Capital) será montada mais uma dessas exposições de arquitetura, paisagismo e decoração – cada vez mais confusos os limites entre essas áreas.

Interessante? isso?!?

Não, não – interessantes são os nomes escolhidos para batizar os nomes dos ambientes: Jardim da Arte, Sacada dos Pássaros, Quarto da Moça, Banho dos Filhos, Sala do Café da Família, Saleta das Estrelas, Cozinha das Ondas e Banho das Marés.

E ainda por cima é na Casa dos Governadores.

Mas, desculpa aí: quem mora numa casinha assim não pode ser governador coisa nenhuma – é, no mínimo, lugar ideal para uma Branca de Neve e os sete anãozinhos. Ou para Cinderela. Para príncipes e princesas enamorados ou para a inteira Família Dó-Ré-Mi. Pra quem vive com a cabeça nas nuvens e os pés – distraídos – pisando estrelas, astros, constelações.

O evento tem também outras características, digamos, mais pé-no-chão, mais sintonizadas com os tempos modernos entre o glamour e a crise. E, claro, tem um “conceito” – o desta exposição é “apresentar ambientes chiques, sofisticados e genuinamente brasileiros, com preços acessíveis e dentro do conceito de sustentabilidade.” (Que ninguém se engane: se você ler numa frase a palavra “conceito”, inevitavelmente no mesmo parágrafo você também vai topar com “sustentabilidade”.)

É a primeira vez na história desta City que o evento – que é nacional e acontece este ano em outras sete capitais – aporta por aqui. Uma cidade, como se sabe, chique, sofisticada e genuinamente brasileira. Por mais contraditórios que os termos pareçam ser.

*

GIROBUSINESS

Para os interessados em participar do evento (agendado para outubro/novembro), haverá uma primeira reunião de trabalho/rodada de negócios: depois de amanhã, 29 de julho, a partir das 15h. Informações: 3202.5438.

NOBLESSE OBLIGE

Uma leitora que prefere o anonimato à fama e à celebridade, e diz não ser “uma sem-noção ao ponto de seguir políticos ou socialites ou herdeiros provincianos papa-jerimuns”, explica a etiqueta do twitter: “Ao divulgar seu (ou de qualquer um) usuário ou conta, não se faz necessário o uso do endereço www.twitter.com/, bastando apenas o símbolo @, que em português tem a horrível tradução de ‘arroba’. Prefiro o charmoso ‘at’ do inglês, apenas por questões sonoras...”

Entendi.

Ou não: quer dizer que existe vida inteligente no twitter além dos “políticos ou socialites ou herdeiros provincianos papa-jerimuns”?

Titanic

Profissional discreta que é, Fabiana Veras não diz por que entregou o seu cargo de superintendente comercial e de marketing do Diário de Natal – mas não é preciso uma imaginação fértil pra deduzir duas ou meia-dúzia de razões.

Que o DN entrou pra famosa lista do “já teve” uma delas.

Profissional competente que é, Veras já analisa algumas propostas.

Auxílio-alimentação

Cada dia mais animada, a Feira do Livro de Mossoró (que estréia daqui a uma semana) promove o clássico almoço com as estrelas, digo, com os jornalistas. Amanhã, em um restaurante de Petrópolis, meio-dia em ponto.

Não precisa mostrar diploma.

ativo/passivo

A Fundação Zé Augusto continua fazendo o que sempre fez – ou seja, nada, ou muito pouco, máximo uma ação aqui outra ali, apenas para reforçar a passividade de sua política cultural.

Eu disse “ação”? Não poucas vezes, quando age, limita-se a ser apenas um canal para o repasse federal das ações e iniciativas do Ministério da Cultura.

Na esteira desse modus operandi, hoje e amanhã acontece o Seminário do SNC (Sistema Nacional de Cultura). A intenção é reunir desde as clássicas autoridades e gestores públicos até produtores e membros dos conselhos estaduais e municipais de Cultura. Deve vir gente de todo este vasto e devastado Ryo Grande.

Na Biblioteca Zila Mamede, UFRN.

FOMENTO

Estão abertas as inscrições para o edital nacional 2009 do Natura Musical, que em sua quarta edição traz uma nova categoria “Turnês individuais”. É um bocado de dinheiro (só para a categoria “Fomento à música”, a fabricante de cosméticos destinou R$ 1 milhão), mas para ser dividido por candidatos de todo o território nacional.

O objetivo, segundo o sítio, é “estimular e difundir a música raiz-antena”, resultado do encontro entre os ritmos tipicamente brasileiros com “idéias e sonoridades universais”.

Os nativos deste Ryo Grande se liguem, pois: as inscrições se encerram no comecinho de setembro.

PROSA

“Quando ela levantou o vestido justo de seda outra vez, ele pensou que a expressão de incerteza no rosto dela espelhava a que estava estampada no seu.”

Ian McEwan

Reparação

VERSO

“Não sei, amada. Sei apenas / que navego e circunvago à vaga / do teu corpo em brilho da estrela d’alva.”

Gilberto Avelino

“Noturno IX”

Adivinhe quem vem para o café-da-manhã: Cefas Carvalho

[Cultura 250709]


Cefas Carvalho vem para o café-da-manhã com uma fome daquelas, pantagruélicas: os de estômago mais sensível abstenham-se do consumo-leitura do conto a seguir:

Fome

Acordou com uma fome mitológica. Com os olhos ainda enevoados de sono, sem preocupações inúteis com um banho ou higiene bucal, abriu a geladeira e pegou uma caixa de leite integral, um melão e preparou um sanduíche de presunto. Arrumou-se rapidamente para não chegar atrasado ao trabalho e, sem esquecer de pegar uma maçã para comer enquanto descia as escadas, começou a fazer telefonemas pelo celular.

O escritório de publicidade onde trabalhava ficava a um quarteirão de onde morava, costumando demorar o tempo de uma caminhada de dez minutos para ir de um a outro. Contudo, naquela manhã cinzenta percebeu, ainda no meio do caminho, que continuava com fome. Deteve-se em uma padaria, comprou um pastel de queijo e sentiu o prazer de comer enquanto andava. Chegou à agência, limpando os restos da comida na barba e na gola da camisa.

Tentou afundar no trabalho, como sempre fazia, mergulhando em textos, imagens e conceitos, mas, em dado momento percebeu que uma estranha fome parecia roer seu estômago. Na copa da agência, tomou um café com bolachas cream cracker, mas constatou que este lanche só fizera a fome aumentar. Sentindo dores no estômago e fraqueza nos ossos, esperou pacientemente chegar a hora do almoço, quando desvencilhou-se nos companheiros de trabalho e se refugiou em um restaurante barato.

Fez um prato incomum – para seus padrões alimentares – com bife, arroz, feijão, macarrão, farofa e salada. Terminando o almoço, pediu um pão com manteiga e uma laranja. Depois, um pudim de leite, que considerou insosso, e duas xícaras de café. Levantou-se com a sensação de que tinha aplacado a fome de forma definitiva e que sequer agüentaria jantar mais tarde.

Engano. Mal deu dois passos na calçada, sob o sol causticante, percebeu, horrorizado, que a fome continuava. Pensou em procurar um médico, cogitou telefonar para a irmã, nutricionista. Ou simplesmente ir para casa dormir e acordar sem a sensação de fome. Contudo, não poderia se enganar, e, na pior das hipóteses, muito menos enganar a seu próprio corpo. A fome que lhe carcomia, apesar do que já havia comido até então, era real, dolorida.

Sem muitas alternativas e beirando o desespero, entrou em uma pastelaria e debastou três pastéis de carne, um de queijo e uma coxinha de frango, ajudado por dois copos de caldo de cana. Na saída, deliciou-se com um sorvete de baunilha. Caminhou alguns passos em direção a agência e teve de admitir para si mesmo: continuava faminto.

Cansou de lutar contra si mesmo e contra os instintos do seu corpo; resolveu assumir a fome, ainda que por alguns instantes de desespero e incredulidade e refugiou-se em uma conhecida churrascaria ali perto. Durante um par de horas, refastelou-se com picanha, maminha, frango, cupim, lingüiça, fraldinha, filé mignon; saboreou farofa, vinagrete e arroz; experimentou feijão verde, pediu batatas fritas, enfim, comeu em uma refeição o que normalmente levava dias para ingerir. Estranhamente, ao término da epopéia de carnes, sentia-se leve como um bailarino. Preciso ir ao médico urgentemente, pensou. Porém, ao contrário do que acontecera horas antes, sentia-se bem com seu corpo, como se o organismo e os alimentos (e a necessidade deles) tivessem chegado a um acordo de cavalheiros.

Ao sair do restaurante, percebeu que não conseguiria trabalhar. Telefonou para a empresa pretextando uma doença súbita e, alegremente, foi a um shopping. Ignorou as vitrines chamativas e os cinemas, que tanto amava. Ancorou na praça de alimentação e iniciou uma turnê pelos restaurantes: experimentou comida tailandesa (pato apimentado), saboreou sushis e sashimis, provou de tutu à mineira e baião de dois... comeu o que pode, enquanto o dinheiro lhe deu condições, até começar a usar o cartão de crédito. Olhou a própria barriga; ninguém jamais diria que ele tinha se alimentado tanto naquele dia. Também não sentia nenhuma vontade de ir ao banheiro. Teria se transformado em algo estranho? Seu corpo teria aprendido a processar a comida de forma diferente?

Saiu do shopping Center à noite e, com fome, não sentia nenhuma vontade de ir para casa. Subitamente, o estômago lhe doeu, como se recebesse um golpe de agulha. Havia uma pizzaria por perto, mas teve senso de perceber que seu corpo não queria massas ou queijos. Precisava de carne. Mas, ao pensar em retornar à churrascaria – com o pouco crédito que lhe sobrara nos cartões – sentia que comer mais picanha não o satisfaria. E a fome lhe golpeava como um soco. Sentou-se em um banco de praça escuro no parque, para apertar os braços contra a barriga. Foi quando percebeu o adolescente um pouco à sua frente. Olhava a estátua de Saturno com devoção, como um escultor estuda as formas da modelo que vai retratar. Não devia ter mais que dezessete anos e era branco e magro.

Aproximou-se do rapaz pedindo um cigarro. O jovem respondeu que não fumava. Ele iniciou uma conversa sobre a estátua e conseguiu atrair a atenção do rapaz. Propôs verem outra estátua – de Diana, deusa da caça – do outro lado do parque. Percebeu que estavam praticamente sozinhos naquele lado do gramado e que a escuridão deixava tudo na penumbra. Um pouco antes de chegarem à Diana, em, um trecho particularmente escuro, ele apontou para o jovem uma estrela que brilhava no céu. Quando o rapaz levantou ingenuamente a cabeça para ver, recebeu o golpe de canivete, no meio das costelas.

Ele rodou o canivete até formar um buraco oval na carne do menino. Depois golpeou-o várias vezes, no coração, no pescoço, na barriga. Com uma habilidade que lhe era desconhecida, começou a destripar a carne e se deliciar com seu calor e com o sangue grosso. Arrancou os olhos do rapaz e os comeu. Fez o mesmo com os dedos, o fígado e as coxas. Tentou comer uma orelha, mas a carne era muito dura.

Por fim, vendo a massa disforme de carne retalhada e tripas do que fora um jovem, limpou-se com a camisa, guardou o canivete no bolso e sentiu, pela primeira vez naquele dia feliz e maldito, que a fome havia, enfim, passado.

Foi para casa com a certeza que alguém o abordaria, que iriam prendê-lo. Nada. Protegido pela escuridão e pela indiferença dos outros, chegou ao seu apartamento cansado, mas satisfeito. Tomou um banho quente e deitou-se. Pensou vagamente na carne crua e no sangue que comera e bebera. E de como era bom deitar na cama com o estômago satisfeito.

Dormiu para uma noite sem sonhos. [Cefas Carvalho]

PROSA

“um dia é todo para a esperança, o seguinte para a desconsolação.”

Guimarães Rosa

Grande Sertão: Veredas

VERSO

“Ela me espia / Neste instante talvez, mal suspeitando / Que já morri quando o que fui morria.”

Manuel Bandeira

“Noturno do Morro...”

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Maria Emília


Maria Emília Wanderley sorri com os olhos. Abraça com os olhos. Afaga com os olhos. Mas não saberia dizer a cor dos olhos de Maria Emília. (Azuis? Verdes? Uma mistura dos dois?) Será porque – sorrisos, abraços, carinhos, não têm cor. Será porque – são simplesmente claros, transparentes, transbordam alegrias. Será porque – no fundo, no fundo deles, lá longe e ao alcance do interlocutor, repousam horizontes, planícies, chãs. Não é preciso olhar nos olhos de Maria Emília para descobrir como ela conquistou tanta gente no mundo dito literário, microcosmo da província com ares de constelação, entre infinitos amigos e ao menos dois companheiros de vida real – os poetas, de versos, de alma, de vida, de coração, Berilo Wanderley e Nilson Patriota. Os poetas se foram e Maria Emília ficou. Só? Jamais. Maria Emília não tem espírito de carpideira. Quando chora, chora só, e discretamente. (Posso estar a imaginar, ou a inventar, ou sei, mesmo, que importa?) Maria Emília tem, mais que a certeza, a clareza de ter vivido ao lado de pessoas memoráveis, que, como ela, não conquistaram apenas as tais caras-metades, mas uma legião de amizades sinceras e duradouras, de amores eternos enquanto duraram.

Foi por essa alegria – e por que não dizer? pelos seus lindos e belos olhos – que Maria Emília conseguiu concretizar o que parecia impossível: reunir, num só dia, hora e lugar, quase todos os poetas, cronistas, escritores e jornalistas de uma geração que entraria definitivamente para a história cultural desta província entre os anos 50 e 60, e cujo ápice coletivo se deu em 1961 através dos sete livros da Coleção Jorge Fernandes – Augusto Severo Neto, Celso da Silveira, Deífilo Gurgel, Dorian Gray, Luís Carlos Guimarães, Myriam Coeli e Sanderson Negreiros eram os “magnificent seven” de antão. Dos sete, apenas três restam vivos – mas todos os três estavam lá, terça-feira passada no Lula Restaurante, Morro Branco, quase esquina – vejam só – com a Rua da Saudade.

E não é excesso dizer que, em verdade, estavam todos lá, os vivos, os mortos, as companheiras, os amigos, uma Grande Família, enfim, o retrato de uma cidade que teima em resistir.

Todos reunidos em torno de Maria Emília e do homenageado principal, Berilo Wanderley, que teve o relançamento de sua estréia, “Telhado de sonho”, safra 56, presenteado a quem apareceu e sentou-se ao redor de uma grande mesa em formato de “U”, uma verdadeira antologia em carne e osso: Nei Leandro, Diva Cunha, Tarcísio Gurgel, Inácio Magalhães, Vicente Serejo, Woden Madruga, Paulinho de Tarso Correia de Melo, e os já citados Deífilo, Sanderson, Dorian, mais viúvas, mães, mulheres, musas.

As histórias remontavam meio século. Falavam de amor – uma ou outra pitada de ciúmes, claro –, falavam de paixão, resgatavam a boêmia, saudavam as letras.

Ninguém chorou. Todos sorriram.

*

Caicó

Quem diria? A onipresente Khrystal nunca foi a Caicó – pois, dia primeiro de agosto corrige a falha na Festa de Sant’ana.

Antes disso, neste fim de semana, Moacy Cirne aporta na Vila do Príncipe para a comemoração dos 50 anos do Bar do Ferreirinha, “o mais tradicional e charmoso”, segundo o blog homônimo (que vale uma visita).

Restauração

Até que enfim uma boa notícia: a prefeitura de Assu vai recuperar o Cine-Teatro Dr. Pedro Amorim. A Petrobras banca, através da Lei Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura.

Segundo Anchieta Fernandes, em seu “Écran natalense”, o cinema é da década de 40, século passado.

shopping

Domingo tem mais um (ou uma) Ribeira das Artes – sebos, antiquários, shows etc. Segundo Hilneth Correia, “uma alternativa agradável e diferente da rotina dos shoppings”.

Sem ar condicionado, praça da alimentação e estacionamento coberto – claro.

CAETANA

Mick Jagger e Roberto Carlos na disputa pelo 2o e 3o lugares de quem provavelmente morre primeiro; Chico Buarque e Sean Connery na peleja do 4o e 5o; e Tony Bennett, coitado, disparado na frente com o dobro dos votos do segundo colocado.

É a opinião dos leitores virtuais de Alex Medeiros respondendo a pergunta “Quem será o próximo astro a bater as botas?”

PROSA

“A vida da gente nunca tem termo real.”

Guimarães Rosa

Grande Sertão: Veredas

VERSO

“Sorria como querendo bem. / E todavia não era amor.”

Manuel Bandeira

“A dama branca”