quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Una furtiva lacrima


A contagem regressiva já começou: fico neste espaço até sábado, 14, ou até segunda, 16, ainda preciso checar. Venho me dizendo pra não dar uma de saudosista, pra não escrever sobre despedidas, pra não chorar no ombro de vocês. Sou macho demais – vocês sabem... hum... – pra isso. Pra ficar me lamuriando, lagriminhas nos olhos. Que-é-que-é-isso, rapá? O danado é que meu pai nunca veio com esse papo que homem não chora. Daí até hoje eu chorar no cinema incluindo quando o filme é infantil. Mas sou um sujeito bem ruinzinho também, não se enganem, não se deixem enganar. Neste mundo, há senhoras que me gostariam ter como genro. Outras não me querem ver nem morto. Faz parte da vida. E, da minha parte, eu também não quero ter nada a ver com sogras – eu e a torcida do Flamengo e do Vasco da Gama, mais a do ABC, do América, e vamos incluir de brinde a do Alecrim também. Pronto, falei. Mas isso não tem nada a ver com o assunto de hoje: encontros, despedidas. Porque as últimas pressupõem que as primeiras as hão de suceder. É assim mesmo? Sempre que eu fico emocionado, eu me confundo, e, claro, confundo vocês. Deve ser pra que não sintam tanta saudade d’eu. Aprendi essa estratégia com meu pai. Homem e pai boníssimo, sempre que raramente fazia algo que nos contrariasse, a nós, filhos, dizia: “Faço isso pra quando eu me for vocês não sentirem muito minha falta, e pensarem ‘Tá vendo? Ele não era assim tão bonzinho... Tal dia fez isso, aquilo e aquilo outro...’” Uma dessas “maldades” era escancarar as janelas, manhã cedinho, deixar o sol nos castigar os olhos, dar surras fingidas com o lençol e nos obrigar a tomar um copo de abacatada. Não teve jeito. Foi-se embora meu pai, numa despedida sem fim que não teve mais encontro posterior, e sua imagem de bondade, de respeito, de justiça, de alegria, de amor imenso, ficou pra sempre. E, hoje, eu daria tudo por um copo de abacatada. Mas eu falei que à essa despedida paterna não se seguiu nenhum encontro? Me desdigo: diariamente me reencontro com o que ele nos deixou, e que ninguém me tira – o ensinamento prático de que ser autêntico na vida é o melhor caminho. Daí que aproveito, não o último dia, mas o penúltimo, ou antepenúltimo, pra assumir – sem pieguismo, por favor, e independente das recíprocas:

– Vou sentir saudades de vocês. Até de quem não gostava de mim.

*

sítio

Marlus Apyus está sofrendo com um cliente chato e pentelho – mas já conseguiu ao menos botar experimentalmente no ar um endereço virtual: www.marioivo.com.br. Não visitem ainda, que o espaço ainda tá todo desarrumado. Mas a partir da próxima semana, estréia.

eficiência

Logo mais, 10h, no auditório da Governadoria (naquele Centro Administrativo que querem botar por terra), os conselheiros do Coede-RN – Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência – tomam posse.

breakfast

Quem quiser iniciar os trabalhos da manhã com a barriguinha forrada basta ir hoje, 8h, no Âncora Caipira da Rua Seridó, ali pelo famigerado Plano Palumbo: o vereador Júlio Protásio recebe para um café da manhã, com certeza farto.

Na pauta, a programação do FestNatal.

Amanhã, hoje

Cláudio Emerenciano lança hoje, a partir da hora da Ave Maria, seu livro “Na outra margem, o amanhã”. Na livraria do Midway.

ontem, hoje

Os irmãos Sizenando, Carlos e Fred, lançam hoje, a partir das 19h, seu livro “Dos bondes ao Hippie Drive In”, memórias de uma Natal de ontem, inspiradas, também, nas histórias contadas pelo pai, João Sizenando Pinheiro Filho. No Clube de Radiamadores, vizinho à Cidade da Criança (aquela, mais-que-abandonada).

Em março deste ano, Fred e Carlos foram convidados do café-da-manhã desta coluna.

Realeza

O fã-clube Além do Horizonte convida todos os súditos para, logo mais, 20h, ouvirem a cantora (potyguar) Claudianna Antunes interpretando músicas do Rei Roberto Carlos.

No Teatro de Cultura popular, anexo a Fundação Zé Augusto.

Coral

Começou ontem e vai até amanhã o XV ENCONAT (Encontro Nacional de Coros de Natal), organizado pelo coral municipal Sons da Terra. No CEMURE (Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves), entrada apenas 1kg de alimento não perecível.

Calculadora

Ontem foi inaugurado mais um CMEI, desta vez em Santos Reis. A Secretaria Municipal de Educação gastou R$ 60 mil na obra. Ou seja, com os R$ 3,2 milhões do Natal em Gramado ou Gramado em Natal dava para inaugurar 53 centros de educação infantil nesta brava Cidade dos Reis e Rainhas.

A própria prefeita, assinando artigo publicado esta semana na TN, festejou a primeira etapa das melhorias da favela do Maruim, ao custo de R$ 3,5 milhões, recursos do PAC.

Prosa

“Não é hora, portanto, de escritores e artistas abandonarem a luta, cujo máximo prêmio é a liberdade.”

Oswald de Andrade

Ponta de lança

Verso

“Aos senhores que desistiram da flor / ofereço minha última lágrima.”

Marize Castro

“Haste”

2 comentários:

  1. Caro Mário,

    Com ceteza vamos sentir sua falta. Falta de um jornalismo bem humorado e inteligente.
    Tomaremos um café da manhã qualquer dia e vamos reunir para outras folias.
    Brigadão por divulgar alguns do eventos promovidos por mim.
    Um forte Abraço

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  2. denada damata - a vida segue, os caes ladram, os gatos miam e a caravana rolidei passará

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