quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Babás, aias, amas

Ontem noticiei o novo blog da psicóloga Jemima Morais Veras – é de lá que extraio o que se segue:
“A dinâmica de trabalho de uma babá traduz o quanto é difícil sorrir quando se está triste, correr quando o cansaço toma conta do corpo, brincar quando a vida se encontra tão dura, colorir quando o mundo se mostra cinza, ser suave quando se carrega nas costas o peso de tantos problemas, ser compreensiva quando não compreendemos nem a nós mesmos, dar carinho quando estamos amargos, dar colo quando estamos inseguros e assustados, demonstrar organização quando nossa vida está confusa e tudo parece estar fora do lugar...”
Eita, que vidinha complicada a das babysitters, hein!? Duvi-de-o-dó que as madames pensem nisso quando tratam com as preceptoras de seus rebentos. Dúvida que vem provavelmente instigada pela visão recente de um filme, na TV a pagamento: “Diário de uma babá” (2007), com a bela Scarlett Johansson – recomendável, aliás, para todas as lulus do Arraial de Palumbo. E, como se trata de Johansson, recomendável, também, pros bolinhas: dona Scarlett, com aquele rostinho de quem acabou de sair do banho, encarna a babá que todo varão, dos oito aos oitenta, gostaria de ter.
“The nanny diaries”, título original, foi inspirado num besteseller escrito por duas babás americanas, que aproveitaram suas experiências na porção mais chique de New York City – Manhattan, claro – para tirar uma onda com suas ex-patroas.
Essa é a grande diferença do filme entre o porrilhão de congêneres que versam sobre o tema: enquanto a maioria não passa de comédias mais que leves que tratam de garotas que tomam conta das crianças apenas em determinados períodos do dia (o termo correto seria “babysitter”), este “Diário de uma babá” investe acidamente contra a alta classe novaiorquina (muito parecida, aliás, com a média classe potyguar) – ainda que preserve o tom de “filme bobinho”. Ou seja, a personagem de Scarlett não é uma babysitter, mas uma “nanny”, artigo literalmente de luxo no primeiro mundo, que dorme no emprego, acompanha o pimpolho pra lá e pra cá, e faz o papel da mãe psicologicamente ausente (uma perua entediada com a vida fútil e mais preocupada em manter um casamento que está indo pras cucuias).
Nannies ou babysitters são um dos temas preferidos de Hollywood, inclusive em versão macho man: em “Uma babá quase perfeita” (1993), Robin Williams se veste de mulher para poder ficar perto de seus filhos. Em “Operação babá” (2005), o truculento Vin Diesel não se traveste, mas disfarça seu corpo de fuzileiro naval para cuidar dos filhos de um cientista e proteger importantes segredos de estado. Uma década antes, o musculoso Schwarzenegger já se infiltrava como “Um tira no jardim de infância (1990), a fim de capturar um traficante de drogas. E Emma Thompson escondia sua beleza discreta em “Nanny McPhee, a babá encantada” (2005), num clima mais de conto de fadas, cuidando dos sete filhos de um pai viúvo.
Sem falar, claro, na “Supernanny”, uma espécie de Big Brother das babás, que pretende ensinar aos pais como domar suas ferinhas. Existe, inclusive, uma versão brasileira, exibida – onde mais? – no SBT (por aqui, TV Ponta Negra), com uma argentina fazendo o papel da nanny.
“O problema mais comum é que atualmente os pais não sabem assumir a autoridade. Isso realmente aperta o meu coração. As crianças não têm mais limites”, comentou a superbabá no sítio da emissora.
*
PONTEIROS
Pois: como a neo-prefeita-eleita – dizem as folhas, não eu – não consegue chegar no horário em nenhuma reunião, não seria de bom tom contratar uma supernanny para cuidar da moça?
BORBOLETÊS
Os neo-vereadores-eleitos, aliás, deveriam se inspirar em Virgínia Ferreira e desmascarar certas fantasias que antecedem o carnaval.
“Quimera”, “balão de ensaio”, “papel carbono”, “cortina de fumaça”, foram algumas expressões usadas pela ex-secretária de Planejamento para colar na nova administração – como faz falta uma Virgínia na Câmara!
QUASE
Em se falando em carnaval, a Funcarte inova: enviou email com o curioso título “Programação do Carnaval Multicultural 2009 quase fechada”. No corpo do email, a ordem dos fatores não altera o produto: “Parte da programação do Carnaval 2009, realizado pela Prefeitura através da Funcarte, já está fechada”.
Como assim, “quase”? “parte”?
É a pré-divulgação da pré-programação.
Um dia a gente chega lá.
LOST
“A borboleta me parece mais perdida que pitomba em boca de banguela.” – de um observador da cena local a algumas milhas de distância da City.
TIM
O sobrescrito sente-se, não ainda um imbecil a menos, mas, menos imbecil: a TIM resolveu resolver meu problema – contado em duas ocasiões neste espaço e criado pela própria empresa, aliás.
DAVI
Em momentos como esse eu gostaria de ser um daqueles jornalistas de antanho, sair da redação em disparada, entrar nas oficinas gráficas e berrar: “Parem as máquinas!”
Tudo isso porque nasceu Davi Leitte. Filho da Super-Claudinha, ora.



PROSA
“Quando minha mãe se casou, ela fez parte do dote, juntamente com alguns outros escravos.”
Magdalena Antunes
Oiteiro
VERSO
“Tão meninas e tão barrocas,
de graça muita, alegria pouca”
Myriam Coeli
“Variações para rondó”

Nenhum comentário:

Postar um comentário