Bolei as trocas: a tradução para o filme de Sam Mendes – comentado, ontem, aqui – não é “Foi tudo um sonho”, mas “Foi apenas um sonho”.
Não muda muita coisa, mas fica o registro.
PÁGINA MARCADA
A Alfaguara – selo da Objetiva – pegou carona nas telas e, vergonhosamente, para o seu bom padrão editorial, alterou o título original do livro de Richard Yates.
Na capa, entre parêntesis e em letras miúdas, pespegou o título verdadeiro e ainda uma foto de DiCaprio-Winslet.
Mudando de assunto, uma simples folheada e pode-se arriscar dizer que não apenas o roteirista fez um belo trabalho de adaptação, como Mendes construiu uma obra final superior ao original.
CARTA MARCADA
O filme teve apenas três indicações ao tal Oscar (nas categorias ator coadjuvante, figurino e direção de arte).
O pecado maior foi não ter nem ao menos na primeira conquistado a estatueta: Michael Shannon, na pele de um matemático surtado, perdeu pro morto-vivo Heath Ledger, o também surtado Coringa de Batman.
Mas, entra de vez no hall da fama dos lunáticos cinematográficos – superando, segundo o sobrescrito, o Jack Nicholson de “O Iluminado”.
SOUNDS OF SILENCE
Ainda sobre “Rua da Revolução” (prometo que não falo mais): mais uma vez uma trilha sonora recente impressiona – ao menos o sobrescrito. Pela sutileza, pela repetição, pelo minimalismo, na mesma linha de Nico Muhly para a trilha de “O leitor”, Thomas Newman assina as partituras que costuram as cenas de “Revolutionary Road”.
PRA LÁ DE TEERÃ
Leio no blog de Ana Maria Bahiana que a atriz Annette Bening mais uma penca de gente de Hollywood está em Teerã, esta semana, para uma série de palestras, oficinas e seminários sobre produção, marketing, financiamento, distribuição e roteiro.
Não se enganem: os gringos estão lá mais para aprender do que para ensinar. Depois de se curvar à Bollywood, o cinemão americano curva-se ao cinema iraniano – que há mais de uma década tem presenteado cinéfilos do mundo inteiro com a simplicidade apenas aparente das histórias contadas pelos seus diretores.
PRA CÁ DE TEERÃ
Pra quem não pode tomar os rumos do Oriente, começa amanhã, por estas ribeyras, o curso de “Prática de Sinopse ou Argumento Cinematográfico de Longa Metragem do tipo Ficção”, para orientar roteiristas e produtores culturais na elaboração de projetos em vistas ao concurso nacional de roteiros do MinC.
Os roteiros devem ser inéditos, para filmes de longa metragem e do gênero ficção.
Dos dez roteiros escolhidos, quatro serão, obrigatoriamente, de autores estreantes.
A bolada é boa: R$ 50 mil, por cabeça-roteiro.
O curso acontece no Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, Ribeyra do Putigy, de 5 a 13 de março, das 18h30 às 21h30. De grátis! Informe-se: 3232.4959/4943 e 8868.3380.
PRA LÁ DO CEARÁ
Já aqueles que quiserem participar da Feira da Música de Fortaleza (19 a 22 de agosto), podem se inscrever até o próximo 19 deste mês – na Fundação Zé Augusto (3232.5326) ou no Sebrae.
MÍDIA
Termina hoje as inscrições para a primeira seleção dos interessados no mestrado em Estudos da Mídia – procurem o CCHLA da e na UFRN, das 8h às 11h e das 14h às 17h. São oito vagas.
POTY
Hoje, 20h, no Teatro de Cultura Popular Chico Daniel da Fundação Zé Augusto, a cantora Nara Costa interpreta composições de Elion Caldas.
Antecipando, o próximo Poticanto traz Romildo Soares interpretando Geraldinho Carvalho.
RECITAL
Camille Saint-Saëns, Eldin Burton, Gabriel Fauré, Richard R. Bennett e o brasileiro Radamés Gnatalli são alguns dos compositores interpretados pelo piano de Lúcia Barrenechea e pela flauta de Sérgio Barrenechea (o Duo Barrenechea), que abrem o ano letivo da Escola de Música da UFRN. Hoje, às 18h, na própria Emufrn.
CANORAS
Dia 8, mês vigente, todo mundo sabe, é o Dia da Mulher – pegando carona na data, o projeto Praia Shopping Musical transforma o mês de março numa extensa homenagem às cantoras potyguares.
Tania Soares, Nara Costa, Michelle Lima, Mariangela Figueiredo, Lucinha Lira, Leny Caldas, Lene Macedo, Khrystal, Edja Alves, Dodora Cardoso, Dany Negro e As Potiguaras estão na programação.
Hoje tem Leny Caldas.
Os shows acontecem sempre às 20h (de domingo a quarta) ou às 21h (de quinta a sábado).
MARCAS
A coordenação do curso de Direito da Faculdade Câmara Cascudo inicia próximo dia 9 seu projeto Direito ao Cinema, sob o tema “As marcas do breve século XX”, com o belo filme de Marcelo Masagão, “Nós que aqui estamos por vós esperamos”.
A programação segue com “Filhos da guerra” (dia 23), “Sunshine, o despertar de um século” (6 de abril), “Reds” (20), entra pelo mês das noivas com “Blade runner” (4 de maio) e conclui com o esquizofrênico “Pi”, dia 18.
As apresentações serão sempre em duas sessões, 10h e 20h30, na Sala de Áudio e Vídeo da Faculdade.
PROSA
“Porque é preciso um pouco de coragem para enxergar o vazio, mas é preciso muito mais para enxergar o desespero.”
Richard Yates
Foi apenas um sonho
VERSO
“Só os canalhas vivem bem”
Volonté
“Elogio aos canalhas”
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