terça-feira, 9 de junho de 2009

Numa terça, quaisquer notas

ORAÇÃO
“Uma das empresas que estávamos esperando apoio não foi possível colaborar com a Casa do Bem. A outra promete resposta para nosso pedido em julho. Oremos todos.” – Flávio Rezende, na eterna peleja de erguer sua instituição em Mãe Luiza.
BADALO
“Tá vendo? Festa sem álcool, sem flashes da imprensa e sem sorteio de brindes não atrai ninguém. O povo rico gosta mesmo é de badalo. Esse negócio de fazer o bem, só mesmo na teoria. Falam alto para todo mundo ouvir que gostam de ajudar, mas na hora agá...” – o mesmo Flávio Rezende, dando uma cutucadinha na galera que promete ajudar mas não comparece, e ao mesmo tempo dando uma bela descrição do Arraial de Palumbo.
LIGHT MY FIRE
Mas, mas, mas: não é a só a Casa do Bem que peleja – a Casa da Ribeira, que fez e faz um bem danado ao bairro, e vale por si só bem mais que uma centena de projetos da tão famigerada “revitalização”, teve – pasmem – sua energia cortada.
Mas logo ela, que fez parcerias mis com a Companhia Energética deste Ryo Grande sem sorte?
NU
A essa altura do campeonato literário papa-jerimum todo mundo sabe que Lívio Oliveira lança livro, hoje, 19h, no terceiro piso do Midway.
“Dança em seda nua” é o título. Erotizar a palavra, a intenção.
O poeta revelou-se um amante desajeitado. Infinitamente melhor seu flerte com o haicai em seu livro anterior “Pena mínima”.
Mas isso, claro, é opinião do sobrescrito. Gente mais competente deu seu aval: Lisbeth Lima diz que o poeta “conhece com perspicácia os limites do papel e o jogo sedutor da palavra na tessitura do poema”; Moacy Cirne, que a sua poesia “se realiza no e pelo erotismo, ou melhor: no erotismo-texto”.
Confiram.
18H30
Enquanto o Seis & Meia exibe, hoje, Os Incríveis (mais o potiguar Amab), na próxima terça, 16, as atrações são Xangai e a potiguar Kátia de França.
Os ingressos – não custa lembrar – custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (estudantes e idosos) – isso, quando não na mão do cambista.
MECENAS
Não custa também lembrar os patrocínios e apoios da onipresente Khrystal (que se apresenta hoje, 20h, no Circo da Luz em Afonso Bezerra): Nutriday, Sesc, Funcarte, Governo do Estado, Cosern e Offset Gráfica.
FILMES
Hoje é dia de assistir “A lamparina”, “O baile perfumado” e “Mandacaru vermelho”: é a mostra “Cinema na Roça” uma das pernas do Mossoró Cidade Junina. No mezanino do Memorial da Resistência. De grátis.
LUGAR COMUM
Aliás, falando em baile, perfumado ou não, hoje em dia tem tanto forró dito “pé-de-serra” que daqui a pouco vão precisar inventar outro termo para registrar a aura cult do termo, por demais banalizado e vulgarizado.
No citado megaevento (“Mossoró June City”), por exemplo, o forró é pé-de-serra, mas se exibe em “Ilhas de Forró” e nos “corredores culturais”.
VALSA
A diretoria executiva da Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências informa concurso para escolher a logomarca da SAMBA e conseqüente aplicação para os 15 aninhos da entidade.
Se vai rolar baile de debutantes não se sabe, mas o enxoval é parcimonioso: o vencedor leva 200 contos, e as propostas de logomarca devem usar no máximo três cores.
Se ligaê: 8867.0520.
MARIAS
Sobre a coluna de sábado (ausência de funcionárias mulheres no atendimento da Delegacia da mulher, na Ribeira), uma leitora escreve para contrariar o lugar-comum que a lei só existe no papel:
“Malgrado o despreparo na delegacia especializada, quando as denúncias conseguem chegar à justiça pública, as medidas são tomadas, sim. No Fórum Miguel Seabra, por exemplo, há oficiais de justiça que trabalham exclusivamente no cumprimento das determinações judiciais referentes à aplicação da Lei Maria da Penha. Vale informar isso, para que outras Marias, desanimadas com o atual estado de coisas, não continuem calando.”
Informado, então.
MISTÉRIO
Aliás, a foto de sábado (uma mulher chorando sentada à beira do caminho – poderia ser a descrição) foi repetida inexplicavelmente ontem.
Luiz Gonzaga Cortez chegou a justificar o erro pela “diagramação à longa distância” (o sobrescrito, como outros colunistas, envia a coluna por email).
E complementa, falando de outra coisa e jornal: “Você já pensou num jornal feito em Natal ser editado e impresso em Recife?”
Ué, Cortez, a minha criatividade não chegaria a tanto.



PROSA
“A sociedade, coitadinha, o diz e o impõe; mas que culpa tem, se a natureza depois zomba disso?”
Pirandello
Novelas para um ano
VERSO
“A fome da minha língua / agora está saciada, / a do desejo não míngua, / tem que ser adiada.”
Luís Carlos Guimarães
“O pêssego”

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