sábado, 18 de abril de 2009

Adivinhe quem vem para o café-da-manhã: Normando Bezerra

O presidente do Fã-Clube Além do Horizonte, nesta Capital Espacial do Brasil, volta a este café em momento mais que justo: amanhã – e o sabem todos os súditos e não súditos – é aniversário do Rei Roberto Carlos. Que nasceu em Cachoeiro de Itapemirim na década de 40, foi rei da jovem guarda e da juventude nos anos 60, e por fim e para sempre, dividindo com outro astro, Pelé, o cetro deste Brazil ainda confuso entre a Colônia, o Império e a República.
A turnê do Rei RR passa pela Capital provavelmente dia 4 de junho. Enquanto isso, confiram a palavra do presidente:


ROBERTO CARLOS – 68 ANOS
“Eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista, o tempo não pára e, no entanto ele nunca envelhece...”
Pois é, como falou Caetano Veloso na canção “Força Estranha”, Roberto Carlos chega, amanhã, 19 de abril, aos 68 anos, permanecendo jovem no coração e na mente de milhões de pessoas no mundo inteiro. Sílvio Cesar o homenageou na música “Moço Velho”, dizendo: “Eu sou um moço velho que já viveu muito, que já sofreu tudo, mas não morreu cedo.” E o poeta tinha razão, porque Roberto Carlos continua vivo e arrastando multidões, como disse Zé Ramalho, na belíssima “Eternas Ondas”: “E se teu amigo vento não te procurar é porque multidões ele foi arrastar.” E Fagner, extremamente feliz ao cantar “Pode girar mundo mover astro, que tu és como um Deus princípio e fim.”
Outros cantores lhe homenagearam: Chico Buarque, Antônio Marcos, Cazuza, Zeca Baleiro, José Augusto, Sérgio Sampaio, Ed Carlos, Ricardo Braga, Martinha, Marcos Roberto, Adoniram Barbosa, Dori Edson, Cláudio Fontana, Waldirene e Chico da Silva, além da Escola de Samba do Rio de Janeiro Unidos do Cabuçu que lhe prestou homenagem no carnaval de 1987.
O escritor Affonso Romano de Sant’Anna faz a seguinte avaliação do Rei: “Ele é o lado kitsch dos ouvintes mais sofisticados e é o lado mais sofisticado dos ouvintes mais kitsch. É uma espécie de herói popular.” Já para Chico Buarque, Roberto é o mais moderno dos cantores românticos latinos. Engraçado é que essa afirmação é daquele que em 1968 insinuava seu fim na peça “Roda Viva.” O poeta Waly Salomão afirmou: “Roberto é como uma canção de Nat King Cole (inesquecível), ele foi tão moderno que já é eterno. Já para Vinícius de Morais “Roberto é um bom letrista, tocando numa superfície romântica e intensa”, citando “Proposta” como um bom exemplo. Ferreira Gullar lembra que o Rei diz coisas verdadeiras de maneira muito simples. Mário Quintana ressalta: na música “Detalhes” foi esplêndido. E Fernando Morais se surpreendeu ao chegar em Havana, no início dos anos setenta, e no aeroporto José Marti estava tocando a música “Jesus Cristo”.
O escritor Oscar Pilagallo diz que o Rei é capaz de conciliar quantidade e qualidade atravessando com desenvoltura a ponte que liga o Guinness ao Grammy. Certamente por isso já vendeu mais de cem milhões de discos, gravados em cinco idiomas: português, espanhol, italiano, francês e inglês, sendo ouvido de Nova Iorque a Tóquio, de Havana a Roma, nos motéis e nas igrejas. O compositor Jorge Mautner disse: “Roberto é poeta popular das cidades do Brasil. Provinciano e puro com ingenuidade de caiçara e urbano, doce e nostálgico, rebelde e submisso, fatalista e arisco, puritano e sexy, ídolo e cidadão humilde, eis o grande rei situado exatamente na fronteira do permitido e não permitido.”
Agora em março, o jornal El Pais, de Madri, Espanha, pediu para cem compositores espanhóis e hispano-americanos que escolhessem as cem melhores musicas do mundo, e sua canção “Eu quero apenas” ficou entre elas. Na referida música ele se antecipa à senadora Heloísa Helena e enaltece o socialismo com liberdade: “E no caminho o que eu pescar quero dividir quando lá chegar, eu quero ter um quintal sem muro, quero meu filho pisando firme, cantando alto, sorrindo livre.”
A canção “Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos” bem que poderia se chamar “Canção dos Exilados”: “Um dia a areia branca, seus pés irão tocar, e vai molhar os seus cabelos a água azul do mar, janelas e portas vão se abrir pra ver você chegar e ao se sentir em casa, sorrindo vai chorar.”
Por tudo isto, neste dia de festa, nós, do seu fã-clube em Natal – o Além do Horizonte – o saudamos cantando sua música: “Te quero bem, te quero bem, felicidades, paz, saúde, meus parabéns.” [José Normando Bezerra]



PROSA
“Para melhor entender a obra musical de Roberto Carlos é necessário conhecer a trajetória de Roberto Carlos.”
Paulo Cesar Araújo
Roberto Carlos em detalhes
VERSO
“Os reis são como estrelas – despontam e se põem,
Têm o culto do mundo, mas não repousam.”
Shelley
“Hélade”

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