segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O vestido de Julinha Arruda e o preto básico da Sargento Regina

Bom, crianças, vou logo alertando: lavo minhas mãos sobre o que vou escrever nas próximas linhas. É segunda-feira, e as segundas-feiras, todos sabem, são terríveis. Já o tema, anunciado aos quatro cantos a partir do título acima, de terrível nada tem.
Ou tem.
Depende do ponto de vista.
Do lado da notícia etc.
Acho que não. As neo-vereadoras souberam aplicar a regra da elegância. Ambas.
O momento foi durante a cerimônia de diplomação. Semana que passou. Passado. O sobrescrito não estava lá. Mas de tanto ler a notícia nos blogs da vida, nas folhas virtuais, e ver as fotos, foi como se estivesse.
Daí não concordar com o que disseram: que o vestido de Julinha era uma minissaia. Não. Não. E não. Se fosse, a notícia realmente iria além do Arraial: a coluna de Ancelmo Gois, no Globo, a coluna Radar, de Veja, até o vetusto Elio Gaspari, da Folha, todos anunciariam o feito, visão etc. Seria o fim da crise mundial. Larry Rohter num instante ia pedir ao New York Times o retorno aos Tristes Trópicos e ao presidente Lula o perdão abstêmio. Seria não o fim do mundo, mas o começo de um novo, admirável mundo novo, literalmente aos pés, onde findam as compridas e belas pernas da vereadora socialista.
(Boa demais a foto de Rodrigo Senna que vi no blog de Anna Ruth: o ângulo baixo do retratista colhendo o momento em que Miss Arruda comparece diante da mesa das demais autoridades – naquele instante todas as autoridades eram de mais, já que todos os olhos tinham um só foco – enfim, e estende os longos braços para com as mãos segurar o vestidinho – não era uma minissaia – de encontro ao... ao... ao... enfim, de encontro. Uma maravilha!)
Bom. Agora vou ter que falar sobre a segunda parte do título da coluna de hoje, segunda-feira etc.
É.
Pois é.
Como eu ia dizendo.
Bom: a Sargento-Regina-também-causou-comoção-ao-vestir-um-pretinho-básico.
Pronto, já disse.
Palmas pra ela.
Mas os fiu-fiu vão todos pra Julinha Arruda.
*
RÉVOLUTIONNAIRE
A historinha do vestido curto sobre as pernas compridas, acompanhadas pelos olhos idem dos varões, me lembrou que comprei há alguns meses um livro que ainda não me dei ao tempo de ler: “Rainha da moda”, de Caroline Weber, Jorge Zahar Editor, 2008. O subtítulo é emblemático: “Como Maria Antonieta se vestiu para a Revolução” – francesa, claro.
DRESSED TO KILL
Moda, aliás, sempre foi um troço revolucionário: basta ver a imagem do jornalista Al-Zaidi atirando um sapato no George Bush Jr. Ou o vestido de Marilyn tornado curto por uma lufada de vento em “O pecado mora ao lado”.
CONEXÃO
Ainda nas extensas programações do Natal em Natal, o Coral Petrobras de Natal se apresenta, hoje, em Felipe Camarão. A partir da hora da Ave Maria. Na programação, uns clássicos em latim: “Gloria Excelsis Deo” e “Domine, Fili Unigenite”.
Na seqüência, o Auto do Boi de Reis de Manoel Marinheiro.
FAUSTO
Uma hora mais tarde (pois, 19h), programa bem menos angelical: exibição das gravações que a TVU fez da adaptação teatral-performática do mito do Fausto, sob o comando do professor-doutor Marcos Bulhões. No Nalva Café, Ribeyra velha de guerras.
Após a exibição do vídeo, segue-se debate.
CRESCIMENTO
No mesmo horário das sete da noite, tem Pastoril de Pirangi, no anfiteatro do Campus Universitário, novo local para o Natal da Afundação Zé Augusto – segundo o release porque “a Festa cresceu”.
Isso mesmo: a Festa com fê-é-fé maiúsculo.
Bom. Deve ser a única coisa que cresceu no âmbito (âmbito é ótimo) da Cultura de Todos.
NASCIMENTO
Voltando para “a Festa”, na seqüência do Pastoril tem mais um auto de Natal, “A Festa do Menino Deus”.
O texto é de Racine Santos, a música de Danilo Guanais, a coreografia de Wanie Rose, a direção de imagens de Wilberto Amaral, enquanto João Marcelino coordena e dirige tudo.
GENÉTICA
Nascido e festejado o Menino Deus, Antônio Nóbrega assume o comando da festa – sorry, Festa –, lá pelas nove.
Ontem, show e artista tinham mais a ver com o evento: o rapper MV Bill, que nasceu na carioca Cidade de Deus.



PROSA
“Como futura rainha, e mais tarde a rainha reinante, um rígido protocolo governava muito do que ela vestia, como vestia, quando vestia e até quem a vestia.”
Caroline Weber
Rainha da moda
VERSO
“efêmero é o amor sem corpo.”
Napoleão de Paiva
“amor veneris”
* por questões de espaço a página de cultura não foi publicada hoje na edição em papel - a crônica será publicada amanhã, alterando apenas as notas.

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